
O resultado da alta da inflação de 2017 até o primeiro trimestre deste ano foi a desvalorização do real em mais de 30%, o que reduziu o poder de compra do trabalhador. Entenda
Via: JC
Nos últimos cinco anos, a inflação no Brasil cresce de forma cada vez mais intensa. Mas o que é inflação, afinal? É o aumento dos preços de bens e serviços, que tem como consequência a queda do poder de compra. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação de preços e serve como parâmetro para o cálculo da inflação, o percentual foi de 3,75% em 2018 para 11,30% em março de 2022, considerando o acumulado nos 12 meses anteriores.
O resultado da alta da inflação de 2017 até o primeiro trimestre deste ano foi a desvalorização do real em mais de 30%. Portanto, com o mesmo dinheiro, o brasileiro consegue comprar menos itens hoje do que há cinco anos. Levando em conta o poder de compra de R$ 50, segundo publicação do G1, agora o trabalhador precisa de R$ 65,49 para adquirir os mesmos produtos. Confira quanto valia R$ 50 antes:
2017: R$ 65,49
2018: R$ 63,79
2019: R$ 60,99
2020: R$ 59,04
2021: R$ 55,65
2022: R$ 50,00
Nem mesmo o reajute do salário mínimo, considerado o maior dos últimos seis anos, foi capaz de melhorar o cenário de desvalorização e devolver o poder de compra. Isso porque o novo salário base de R$ 1.212,00 não representou ganho real ao trabalhador devido às perdas provocadas pela inflação alta.
Cesta básica mais cara
Segundo dados do IPCA, os alimentos e os combustíveis foram os itens que mais pesaram no bolso dos trabalhadores. A capital de São Paulo vende a cesta básica com o preço mais elevado do país, chegando a R$ 777,93 no mês passado. Em comparação com maio de 2021, a cesta acumulou elevação de 22,24%.
Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), 10 de 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram preço médio superior em maio: farinha de trigo (5,58%), feijão carioquinha (4,13%), óleo de soja (2,94%), pão francês (2,58%), leite integral (2,07%), manteiga (1,90%), batata (1,87%), carne bovina de primeira (0,94%), arroz agulhinha (0,75%) e café em pó (0,37%).
Brasileiros culpam Bolsonaro por alta da inflação
A estratégia do governo federal de justificar a alta da inflação no Brasil com a crise global, decorrente da guerra na Ucrânia, e as consequências causadas pela pandemia da Covid-19 não tem convencido os brasileiros. Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada no final de março revelou que 75% dos brasileiros culpam o presidente Bolsonaro pela alta de preços que tem mitigado o poder de compra das famílias no país.
Segundo o levantamento, 36% dos entrevistados, afirmam uma maior responsabilidade e 39% atribuem um pouco de responsabilidade. Outros 22% não atribuem ao governo nenhuma culpa. Foram ouvidas 2.556 pessoas em 181 cidades do país, com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou menos.