Em print, Moro mostra que Bolsonaro quis demitir Valeixo por investigar aliados

Presidente enviou ao então ministro uma reportagem sobre investigação da PF contra bolsonaristas: ‘Mais um motivo para a troca’

Via: Carta Capital

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro apresentou imagens que mostram que o presidente Jair Bolsonaro se incomodou com investigações da Polícia Federal sobre deputados da base aliada do governo federal.

Em diálogo por um aplicativo de mensagens, revelado pela emissora Globo, Bolsonaro enviou a Moro um link de uma matéria do site O Antagonista, que diz: “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”. A conversa teria ocorrido na quarta-feira 22.

Embaixo, o presidente da República afirmou: “Mais um motivo para a troca”, referindo-se ao diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.

Em resposta, Moro afirmou que não era Valeixo quem conduzia as investigações em questão.

“Este inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre [de Moraes] no STF, diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas. Conversamos em seguida, às 9h”, disse o então ministro, mencionando o encontro que teriam na manhã da quinta-feira 23.

A TV Globo também revelou um diálogo que Moro apresentou para comprovar que não partiu dele o pedido de que ele ganhe um cargo no Supremo Tribunal Federal (STF). Em pronunciamento oficial, Bolsonaro acusou Moro de ter pedido indicação à Corte, em troca da demissão de Valeixo.

Em uma conversa com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), a parlamentar pede para que ele aceite a substituição de Valeixo por Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo a emissora, parte da deputada a oferta do cargo no STF.

“Por favor, ministro, aceite o Ramagem. E vá em setembro ao STF”, escreveu a deputada. “Eu me comprometo a ajudar. A fazer o Jair Bolsonaro prometer.”

Moro, então, rechaçou a proposta, afirmando: “Prezada, não estou à venda”.

Carla prossegue: “Ministro, por favor, milhões vão se desfazer…” disse. “Eu sei. Por Deus, eu sei. Se existe alguém no Brasil que não está à venda é o senhor.”

O então ministro respondeu: “Vamos aguardar. Já há pessoas conversando lá”.

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