Escândalo envolve esposa de Ramagem: recebia salário indevido

Fonte: Folha Impacto

Esposa de Ramagem é filiada ao PSDB e recebeu salário indevido como delegada por dois anosRebeca Teixeira Ramagem Rodrigues, é filiada ao PSDB desde de setembro de 2007 e recebeu remunerações como delegada da Polícia Civil do Estado de Roraima por dois anos

A esposa no novo chefe da Polícia Federal, Alexandre Ramagem, Rebeca Teixeira Ramagem Rodrigues, é filiada ao PSDB desde de setembro de 2007 e recebeu remunerações como delegada da Polícia Civil do Estado de Roraima por dois anos – de 2010 a 2012 – sem efetivamente fazer jus ao que recebia. Por causa disso, foi exonerada do cargo no dia 25 de maio de 2012.

É que mostram documentos oficiais do Estado de Roraima e reportagens do período a que o DCM teve acesso.
Exoneração de Rebeca Ramagem do cargo de delegada de polícia de Roraima, em 25 de maio de 2012

Conforme noticiou a imprensa local na época (Folha de Boa Vista e blogs de jornalistas), o Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado de Roraima (Sindpol) denunciou a situação irregular. “Uma das delegadas exoneradas foi Rebeca Teixeira Ramagem Rodrigues, que desde 2010 foi embora (do Estado)”, informou o periódico.

Em abril de 2011, a então delegada de polícia e hoje procuradora de Roraima Rebeca Ramagem já estava sob a mira do órgão fiscalizador. O Sindpol denunciara que ela recebia ajuda de custo e moradia porque era lotada em uma delegacia no interior do Estado, mas teria sido transferida para a capital, para trabalhar provisoriamente na Assembleia Legislativa de Roraima. A compensação pela remoção para Boa Vista chegaria até a R$ 18 mil

“A delegada Rebeca Teixeira Ramagem é alvo de reclamação. Ela está à disposição da Assembleia Legislativa desde o dia 25 de janeiro de 2011, ela foi nomeada em 3 de janeiro para o cargo em comissão de assessor parlamentar”, informou, naquele ano, a Folha de Boa Vista. Procurada na Assembleia por jornalistas após a denúncia vir à tona, ela não foi encontrada no local, e alegou estar de licença médica e em tratamento em outro estado da federação. À época, Rebeca estava lotada na Primeira Secretaria da Casa, trabalhando para o então deputado e primeiro secretário Jalser Renier (SD), que atualmente está em seu sétimo mandato de deputado estadual e é o presidente da Assembleia.

As controvérsias envolvendo Rebeca não param por aí. No ano anterior, no dia 24 de dezembro de 2010, elas chamaram a atenção do jornal Folha de S.Paulo, que focou sua apuração em um curioso erro jurídico ocorrido em Roraima, que teria feito a já esposa do atual chefe da PF receber indevidamente do Estado o valor de R$ 660 mil. Assim publicou o jornal paulista:

Já Rebeca Gomes Teixeira -mulher de Alexandre Ramagem, segundo na hierarquia da PF em Roraima- se beneficiou de um erro jurídico do governo para ter o direito a R$ 660 mil do Estado.

Delegada da Polícia Civil, ela entrou com uma ação contra o Estado de Roraima para conseguir uma promoção em sua carreira.
Depois de ganhar em primeira instância, conseguiu confirmar a decisão também na segunda instância, pois o governo não anexou os documentos necessários para que seu recurso fosse ao menos recebido e julgado pelo Tribunal de Justiça de Roraima.

Embora todos os outros delegados que entraram com pedidos idênticos também tenham ganho em primeira instância, apenas outra delegada, além da mulher de Ramagem, manteve a decisão no TJ, disse o governo.

Coronavírus: Brasil confirma 5.901 mortes, 435 mortes e 7.218 novos casos em 24 h

Via: UOL

O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 5.901 o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil — 435 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. Até ontem eram 5.466. No total, o país chegou a 85.380 casos oficiais, segundo os dados mais recentes do Ministério, com 7.218 diagnósticos novos de ontem para hoje.

Segundo a pasta, ao menos 38.564 pacientes estão em acompanhamento e mais de 34.132 já se recuperaram. 1.452 óbitos seguem em investigação. A taxa de letalidade — que compara os casos totais pelos números de óbitos confirmados — no Brasil é de 7%, segundo a atualização do governo. [ x ] O anúncio de hoje, no entanto, não significa necessariamente que 435 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde tem somado ao balanço diário mortes ocorridas dias atrás, mas com confirmação de covid-19 no último dia. No total, as mortes em decorrência do coronavírus confirmadas em cada estado são: Acre (19); Alagoas (47), Amapá (34); Amazonas (425); Bahia (104); Ceará (482); Distrito Federal (30); Espírito Santo (83); Goiás (29); Maranhão (184); Mato Grosso (11); Mato Grosso do Sul (9); Minas Gerais (82); Pará (208); Paraná (83); Paraíba (62); Pernambuco (565); Piauí (24); Rio Grande do Norte (56); Rio Grande do Sul (51); Rio de Janeiro (854); Rondônia (16); Roraima (7); Santa Catarina (46); São Paulo (2.375); Sergipe (12); Tocantins (3).

Casos de covid-19 na periferia de São Paulo disparam 45% em uma semana

Rodrigo Gomes
Rede Brasil Atual

Em uma semana, o número de casos confirmados de covid-19 explodiu na periferia de São Paulo. Dos dias 17 a 24, os 20 distritos mais pobres da capital paulista tiveram aumento de 47,3% no número de casos, de 1.356 para 1.998. Nos 20 distritos considerados mais ricos, o aumento foi de 20,4%, de 2.610 para 3.142, no mesmo período. Além destes, há 2.903 casos suspeitos nos bairros mais pobres e 2.010 nos mais ricos.

O número já deve ser maior, pois a gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB) levou cinco dias para divulgar o boletim semanal sobre a pandemia de coronavírus. Há também o problema da subnotificação, já que os testes para detecção da infecção são feitos apenas em casos graves.

Entre os distritos mais pobres, o maior número de casos confirmados se concentra na zona sul da cidade. São 201 casos confirmados no Jardim Ângela e 283 casos suspeitos. Em seguida, vem o Capão Redondo, com 186 casos confirmados e 239 suspeitos. Depois vem o Grajaú, com 162 casos confirmados e 223 suspeitos, com 56% de aumento nos casos. Na zona leste, o Itaim Paulista chegou a 160 casos, aumento de 54%. Brasilândia e Sapopemba, distritos que lideram em número de mortes, têm 130 e 126 casos confirmados, respectivamente.

Nos distritos mais ricos, o maior número de casos confirmados é no Morumbi, onde o primeiro caso foi confirmado no final de fevereiro. São 331 casos confirmados. No entanto, o aumento foi um dos menores em uma semana: 11%. Há outros 65 casos suspeitos no distrito. Depois vem a Vila Mariana, com 264 casos confirmados (+13%) e 171 casos suspeitos. No Jardim Paulista, em terceiro, são 239 casos (+20%) e 135 casos suspeitos.

No total, a capital paulista teve, até a última sexta-feira (24), 45.518 casos notificados suspeitos de covid-19 e 11.025 casos confirmados entre moradores do município.

Mortes por covid-19 na periferia

O crescimento do número de mortes causadas pelo contágio da covid-19 (suspeitas ou confirmadas) na capital paulista reflete a mesma situação do contágio. Embora a pandemia tenha se iniciado nos bairros ricos, na semana entre os dias 17 e 24 de abril houve aumento de 45% nas mortes ocorridas nos 20 distritos mais pobres do município. Já nos 20 distritos mais ricos o aumento foi nove pontos percentuais menor: 36%. A média na cidade foi de 38%.

Em números absolutos, a desigualdade nas mortes causadas pela covid-19 também é clara. Embora tenham um menor número de casos, os 20 distritos mais pobres saltaram de 474 mortes para 689, entre os dias 17 e 24. No mesmo período, os 20 distritos mais ricos tiveram aumento de 263 para 357 no número de mortes. Em toda a cidade, o número total de mortes subiu de 1.935, no dia 17, para 2.688, no dia 24.

Os distritos com o maior número de mortes por covid-19 seguem sendo Brasilândia, na zona norte, com 81, e Sapopemba, na zona leste, com 77. Ambos tiveram aumento em torno de 50%. Já o maior aumento percentual ocorreu no Jardim Helena, também na zona leste, com 120% – de 15 para 33 mortes em uma semana. Já o distrito do Morumbi, onde o primeiro caso foi confirmado, teve uma nova morte por covid-19 em uma semana, indo de sete para oito casos.

O médico infectologista e diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo Gerson Salvador também considera que os dados das mortes por covid-19 evidenciam a desigualdade na capital paulista e expõe a falta de assistência à saúde nos bairros pobres.

“A gente está vendo o número de mortos crescendo desproporcionalmente nos bairros mais pobres. Isso reflete uma iniquidade de acesso à saúde. Nas regiões periféricas tem um contingente de pessoas que dependem unicamente do Sistema Único de Saúde. A gente sabe que outras doenças de transmissão respiratória, por exemplo a tuberculose, acometem de maneira desproporcional as pessoas que vivem na rua, em cortiços e em favelas. O risco de transmissão da covid-19 em pessoas que vivem nessas condições vai ser maior. A falta de assistência e as condições de vida acabam resultando num número desproporcional de mortes na população mais pobre”, disse.

A falta de leitos de UTI na periferia foi evidenciada por um levantamento da Rede Nossa São Paulo. Apenas três distritos – Sé, Vila Mariana e Pinheiros – concentram 60% dos leitos de UTI da cidade. Outros sete distritos – Parelheiros, Cidade Ademar e Campo Limpo, na zona sul; Anhanguera e Tremembé, na zona norte; Aricanduva, na zona leste; e Lapa, na zona oeste – não possuem nenhum leito de UTI, mesmo concentrando 20% da população da cidade (2,3 milhões de pessoas). Outros 16 distritos têm de dois a oito leitos de UTI para cada 100 mil habitantes da região para enfrentar a pandemia de coronavírus. O ideal, segundo a Organização Mundial da Saúde é entre 10 e 30 leitos desse tipo, para cada cem mil habitantes.

Brasil tem 449 mortes em 24h e total chega a 5.466; casos confirmados são 78.162

VIA: UOL

O Ministério da Saúde anunciou hoje que subiu para 5.466 o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil — 449 óbitos confirmados nas últimas 24 horas. No total, são 78.162 casos oficiais no país, segundo os dados mais recentes do Ministério, com 6.276 novos diagnósticos de ontem para hoje.

A taxa de letalidade — que compara os casos totais pelos números de óbitos confirmados — no Brasil é de 7%, segundo a atualização do governo. O anúncio de hoje, no entanto, não significa necessariamente que 449 pessoas morreram nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde tem somado ao balanço diário mortes ocorridas dias atrás, mas com confirmação de covid-19 no último dia.

 

‘Não vão botar no meu colo essa conta’, diz Bolsonaro sobre mortes pela Covid-19

Bolsonaro disse que governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social é que devem ser cobrados. “Não vão botar no meu colo uma conta que não é minha”, afirmou na entrada do Palácio da Alvorada

Principal incentivador das medidas de relaxamento social, facilitando a propagação do novo coronavírus, Jair Bolsonaro tentou nesta quarta-feira, 29, se esquivar de responsabilidade perante as mais de 5 mil mortes registradas por Covid-19 no Brasil.

Bolsonaro disse que governadores e prefeitos que adotaram medidas de isolamento social é que devem ser cobrados. “Não vão botar no meu colo uma conta que não é minha”, afirmou ele na entrada do Palácio da Alvorada.

“Não adianta a imprensa querer colocar na minha conta essas questões que não cabe a mim”, disse. “O Supremo (Tribunal Federal) decidiu que quem decide essas questões (sobre restrição) são governadores e prefeitos.”

Assista:

 

Estado de saúde de Sikêra Jr preocupa e os dois pulmões estão comprometidos, diz veículo

VIA: CONTIGO

Apresentador que defendia o fim do isolamento social apresenta piora após teste da Covid-19 dar positivo

O apresentador Sikêra Jr testou positivo e está com os dois pulmões comprometidos pela Covid-19, anunciou emissoras locais.

Segundo o jornalista Ronaldo Tiradentes, que comanda um programa de rádio em Manus, Amazonas, ele apresenta um agravamento preocupante de seu quadro clínico.

O apresentador comanda do Amazonas o programa Alerta Nacional, exibido pela RedeTV!. A atração tem alcançado os melhores resultados da emissora no momento, o que alçou o apresentador ao cena´rio nacional.

Sikêra Jr é conhecido por suas opiniões polêmicas. Ele era contra o isolamento social e defendeu por mais de uma oportunidade em seu programa que as pessoas deveriam retornar ao trabalho.

Bolsonaro e Moro aparecem como investigados em inquérito no STF

VIA: EXAME

O inquérito foi aberto para apurar as acusações de Moro contra Bolsonaro. O ex-ministro acusa o presidente de interferência política na Polícia Federal

O presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro aparecem formalmente como investigados no inquérito aberto no STF na segunda-feira, 27, pelo decano da Corte, ministro Celso de Mello. A informação consta no sistema processual do STF atualizado nesta terça-feira, 28, após a decisão do ministro.

O inquérito foi aberto para apurar as acusações de Moro contra Bolsonaro. O ex-ministro acusa o presidente da República de interferência política na Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.

Segundo o pedido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, o objetivo do inquérito é analisar se foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra.

Celso de Mello deu até 60 dias para que Moro seja ouvido pela Polícia Federal, conforme pedido pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo apurou o Estadão/Broadcast, além de troca de mensagens, o ex-ministro da Justiça possui áudios que devem ser entregues aos investigadores.

Na decisão de 17 páginas – mesmo número de urna de Bolsonaro na eleição de 2018 -, o decano observou que o presidente da República “também é súdito das leis”, apesar de ocupar uma “posição hegemônica” na estrutura política brasileira, “ainda mais acentuada pela expressividade das elevadas funções de Estado que exerce”.

“O presidente da República – que também é súdito das leis, como qualquer outro cidadão deste País – não se exonera da responsabilidade penal emergente dos atos que tenha praticado, pois ninguém, nem mesmo o Chefe do Poder Executivo da União, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República”, frisou Celso de Mello.

“Embora irrecusável a posição de grande eminência do Presidente da República no contexto político-institucional emergente de nossa Carta Política, impõe-se reconhecer, até mesmo como decorrência necessária do princípio republicano, a possibilidade de responsabilizá-lo, penal e politicamente, pelos atos ilícitos que eventualmente tenha praticado no desempenho de suas magnas funções”, apontou Celso.

Hospital do RJ tem fila de corpos e BO por falta de médicos; 7 se demitiram

VIA: UOL

Funcionários do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, denunciam um cenário de crise na principal unidade de emergência na zona oeste do Rio. Com a capacidade do necrotério lotada, o hospital tinha corpos enfileirados em cima de macas, conforme mostram fotografias feitas na tarde de ontem (28) em um corredor da unidade.

Dois profissionais do Lourenço Jorge morreram em decorrência da covid-19 e ao menos sete médicos pediram demissão alegando falta de condições de trabalho. Uma enfermeira do hospital registrou ontem ocorrência policial após a morte de uma paciente com a doença, que sofreu parada cardiorrespiratória na ala dedicada ao tratamento de coronavírus. Não havia médico no local, que conta com 11 pacientes —quatro deles estão na UTI e respiram com a ajuda de aparelhos.

Segundo funcionários ouvidos pelo UOL, o necrotério da unidade, com capacidade para 25 corpos, está lotado. Ontem à tarde, o estacionamento da emergência ficou isolado, chamando a atenção de quem trabalha no local. O espaço foi destinado a um contêiner refrigerado, que será usado para armazenar corpos.

“Na segunda-feira [27], quando saí do plantão, vi que isolaram o estacionamento com uma fita. Achei que fosse alguma obra. Hoje [ontem], colocaram um contêiner colado na porta do necrotério. Tem muita gente morrendo. É assustador”, relata a técnica de enfermagem Elaine Sales.

A informação foi confirmada pela Prefeitura do Rio, que negou contudo a lotação do necrotério e disse que a iniciativa era preventiva.

“A informação sobre ‘corpos amontoados’ não procede. Além de possuir um necrotério, o hospital alugou, preventivamente, um contêiner que poderá ampliar a capacidade de armazenamento, se necessário”, respondeu, em nota enviada pela assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde.

 

Continuar lendo: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2020/04/29/hospital-do-rio-tem-fila-de-corpos-e-falta-de-medicos-7-ja-se-demitiram.htm?utm_source=facebook&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral&fbclid=IwAR0a9zTNy-8GtmAMJ4ti0PaspgiurTNUeSNdcru8lnqVqp1GLiG9ifXkgTs

Exército admite que revogou portarias de controle de armas por pressão do Governo e de redes sociais

Via: O Globo

MPF investiga se Bolsonaro agiu indevidamente ao determinar recuo em normas defendidas por órgãos de controle

BRASÍLIA – O Comando Logístico do Exército admitiu ao Ministério Público Federal que revogou um conjunto de portarias sobre rastreamento de armas e munições por pressão do governo federal e das redes sociais. O caso gerou uma nova frente de suspeitas contra o presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de uma investigação preliminar na Procuradoria da República do Distrito Federal sob suspeita de ter interferido indevidamente no Exército para a revogação das portarias, que na prática afrouxou o controle da vendas de armas e munições no país.

A resposta do Exército foi enviada nesta terça-feira à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, órgão do MPF, que havia pedido esclarecimentos a respeito do assunto na semana passada. Em ofício, a procuradora federal dos direitos do cidadão Deborah Duprat considerou insuficientes os esclarecimentos do Exército e encaminhou os documentos para a investigação preliminar aberta na primeira instância. Duprat, que é subprocuradora-geral da República, também considerou inadequado o fato de a revogação não ter sido formalmente registrada em um processo administrativo.

O próprio Bolsonaro havia anunciado em suas redes sociais que determinou ao Exército a revogação das portarias, que estavam sendo criticadas pelos usuários de armas.

“Tão logo publicadas oficialmente as referidas portarias, surgiram inúmeros questionamentos e contrapontos levantados por diversos setores da sociedade, especialmente nas mídias sociais, e da administração pública em razão da tecnicidade do tema.  Nesse viés, foram verificadas algumas oportunidades de melhoria em pontos de difícil compreensão, pelo público alcançado pelas normas em comento, visando atingir total transparência na motivação das medidas de fiscalização editadas”, escreveu o comandante logístico do Exército Laerte de Souza.

O Exército também admitiu que, pela “urgência”, não chegou a formalizar um processo administrativo para a revogação, como costuma ocorrer na administração pública. “Em atenção ao Princípio da Oportunidade, pela urgência, não houve processo documental para a revogação, já que as portarias surtiriam seus efeitos a partir de 4 de maio. Desta forma, repiso, evitou-se prejuízo a setores da sociedade”, diz Laerte de Souza.

Sem citar a ordem do presidente Bolsonaro, o comandante logístico afirma que a decisão de rever o ato ocorreu “ao se deparar com questões supervenientes que considerou importantes do ponto de vista técnico e legal”. Em seu ofício, o comandante logístico afirmou ainda que o Exército está realizando novos estudos para reeditar portarias estabelecendo o controle de armas e munições. Disse ainda que a revogação ocorreu “a fim de promover ajustes técnicos e de redação, melhorando o entendimento das finalidades das normas administrativas pelo seu público alvo”.

Essas portarias revogadas, diz Duprat, “são consideradas imprescindíveis para a fiscalização do uso de armas de fogo e para a investigação de ilícitos praticados com o seu emprego, além de reclamadas por especialistas em segurança pública e também por órgãos do Ministério Público Federal”.

“Em razão desses elementos, a matéria demanda apuração mais profunda sob as perspectivas (i) da violação de direitos fundamentais, em razão do princípio da vedação ao retrocesso social e do impacto dessa revogação para a segurança dos cidadãos, (ii) do respeito aos princípios constitucionais administrativos (legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência), e (iii) de eventual desvio de finalidade”, escreveu a procuradora federal dos direitos do cidadão.

O material foi enviado à PRDF, que o usará como prova na investigação preliminar já aberta.

Cemitério de Manaus faz hora extra para dar conta de enterros em massa

Via: UOL

Os cemitérios públicos de Manaus estão chegando a realizar hora extra para dar conta dos sepultamentos dos corpos que não param de chegar. Somente ontem foram registradas 118 mortes na capital amazonense, o que obrigou os funcionários do cemitério Nossa Senhora Aparecida a entrar pela noite com enterros. Segundo a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana, não existe modalidade de enterro noturno, e o cemitério segue com horário de atendimento das 8h as 17h. Entretanto, admite, “caso necessário, para atender a demanda do dia, os enterros são estendidos para as famílias que já estão no interior do espaço.”.

Entre as 118 mortes de ontem, 31 delas haviam sido em domicílio. Nove dessas famílias optaram pela cremação, e 109 tiveram sepultamentos. Apenas dez tiveram confirmação para a covid-19, enquanto 30 foram registradas como causa indeterminada e outras 47 tiveram no atestado síndrome ou insuficiência respiratória, entre outros fatores. Desde o dia 9, foram realizados mais de 1.700 sepultamentos na capital. Antes da pandemia, a média era de 30 corpos por dia. Com o aumento na demanda, o município firmou parceria com um crematório para que parentes possam escolher entre sepultar ou cremar os corpos das vítimas da pandemia.

Enterros em camadas estão proibidos

Hoje, o prefeito Arthur Virgílio (PSDB) anunciou que proibiu os sepultamentos em sistema de camadas no cemitério Nossa Senhora Aparecida, maior necrópole pública da cidade. Segundo a determinação, o local deve manter o modelo de trincheiras, como já vinha ocorrendo, preservando a identidade dos corpos e o vínculo das famílias. Para facilitar a identificação dos corpos, o governo do Amazonas anunciou ontem à noite, entre uma série de medidas, a criação de um sistema de identificação de pacientes com uma pulseira padrão, escrita com caneta de marcação permanente, para que seja possível acompanhar o atendimento e, em caso de óbito, facilitar a identificação no momento de liberação do corpo para a família das vítimas. Outra medida anunciada foi o processo para contratação de maqueiros, para atuar no manejo de pacientes dentro das unidades, bem como na destinação de corpos antes da liberação para família. Até ontem haviam sido 3.928 casos registrados da covid-19 no estado, com 320 mortes.