Rodrigo Amorim e Alexandre Knoploch foram expulsos sob gritos de “racista”
Via: FOLHA
A visita inesperada de deputados estaduais do PSL acabou em confusão na Aldeia Maracanã, ocupação indígena no complexo do estádio do Maracanã, na zona norte do Rio. Rodrigo Amorim e Alexandre Knoploch, novatos na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), foram expulsos do local sob gritos de “racista”.
Em janeiro, Amorim já havia chamado a aldeia de “lixo urbano”. Foi ele, também, o deputado que quebrou uma placa com o nome da vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada há cerca de um ano.
Amorim afirmou em suas redes sociais que foi ao local para vistoriar o prédio do antigo Museu do Índio. Ele disse que os dois tinham como objetivo averiguar denúncias de problemas estruturais nas instalações.
Na visita, o deputado Knoploch aparece puxando com força um homem com quem estava discutindo. “Você é índio? Você é índio?”, questionou.
Amorim, por sua vez, é mostrado nas gravações dizendo que não aceita doutrinação ideológica e que a aldeia não é espaço da esquerda. “Doutrinação ideológica é a sua”, responde o interlocutor.
À *Folha* Amorim afirma que recebeu outras denúncias relacionadas ao consumo de drogas, à prática de crimes, à insalubridade e à proliferação de doenças na aldeia.
Ele defende a intervenção das autoridades no local e diz que o ideal é buscar uma decisão que respeite “a minoria dos indígenas que ali está”, acomodando o grupo em outro lugar.
“E, sem dúvida nenhuma o principal, devolver aquela parcela do território à cidade do Rio de Janeiro”, completa.
Os índios afirmam que os deputados estavam acompanhados de seguranças, usando colete de balas e aparentemente armados.
“Xingaram e ameaçaram indígenas, dizendo aos berros que somos todos selvagens e que não poderíamos ficar aqui, pois aqui é uma área nobre e não lugar de índios”, diz a página da Aldeia Maracanã nas redes sociais.
“Ao serem firmemente convidados a se retirarem da aldeia, disseram que sairiam mas que ‘vão se livrar de nós’.”
Amorim afirma que os parlamentares foram recebidos com muita hostilidade por pessoas munidas de arcos e flechas. “Nossa tentativa de vistoriar o prédio do antigo Museu do Índio foi frustrada devido as ameaças e a hostilidade”, escreveu nas redes.
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