
Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia – Esta manhã, antes de sair de casa, em Suzano, o jovem Guilherme Taucci Monteiro, 17 anos, postou três fotos em sua página do facebook.
Na primeira, enorme, no canto direito, ele aparece em plano americano. Está de camiseta preta com a inscrição NYC no peito e usa máscara de Esqueleto cuja boca mostra um sorriso sinistro. O polegar da mão esquerda encostado no gatilho de um 38.
Nas outras duas aponta o três – oitão para a câmera; parece ensaiar, diante de um espelho, as poses de um atirador.
Depois de postar, encontrou-se com o colega Luiz Henrique de Castro, 25 anos. Dirigiram-se a uma locadora de automóveis, onde apanharam um carro Onix depois de matarem o dono, tio de Luiz Henrique.
E então seguiram rumo à Escola Estadual Raul Brasil, da qual eram ex-alunos. Guilherme pediu para falar com a secretária e tão logo se viu frente a frente com ela a alvejou, também atirou em outra funcionária e depois chegou ao pátio onde começou a disparar a esmo nos alunos que lanchavam e brincavam.
As crianças corriam em pânico, gritando e chorando, enquanto eram abatidas sem piedade.
A carnificina só parou quando a polícia chegou, oito minutos depois. Nenhuma escola estadual paulista tem segurança própria. Na versão da polícia, a dupla se suicidou. Há controvérsias.
Já há dez mortes contabilizadas – inclusive as dos atiradores – e ainda há muitos feridos graves.
É claro que o ambiente favorável à liberação e uso de armas deflagrado na campanha presidencial e que segue no mandato de Jair Bolsonaro a todo vapor é o pano de fundo de mais essa tragédia brasileira.
Foi Bolsonaro quem armou esse menino.